Preconceito linguístico: algo que precisa ser erradicado
Atualmente tem sido constante o debate sobre o respeito às diferenças e a formação de uma sociedade pautada na vivência efetiva dos direitos humanos. Assim, é inadmissível que uma pessoa deixe de desfrutar dos bens sociais que ele mesmo ajuda a produzir, por causa de fatores relacionados à religião, raça ou opção sexual.
Se temos avançado no que diz respeito ao combate a esses preconceitos, o mesmo não se pode dizer quando o assunto é preconceito linguístico.
As ciências da linguagem têm facilmente demonstrado que o preconceito linguístico nada mais é que o cultivo do preconceito social. Quando discriminamos uma pessoa por causa do seu modo de falar, na verdade estamos discriminando a classe social da qual faz parte.
Também é fato cientificamente comprovado que não há línguas homogêneas, todas as línguas mudam continuamente, e não há como alterar o curso natural dessa mudança.
Assim, é incoerente dizer que a língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente, pois isso significa desconsiderar a verdadeira diversidade lingüística existente em nosso país.
Acredito que esse seja um dos papéis primordiais da escola, não somente durante o ensino de Língua portuguesa, incorporar essas diferenças, tratando-as como algo positivo, bonito, funcional. Ao mesmo tempo é necessário que prepare o aluno para que, ao longo de sua vida escolar, vá ampliando progressivamente sua competência comunicativa.
Isso não quer dizer que ele vá substituir o seu conhecimento lingüístico por outro melhor, ou mais certo, significa aprender a utilizar a língua em diferentes situações e contextos de maneira adequada e efetiva.